quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Edição na Macrofotografia

Espero que esta “receita” ajude a obter melhores resultados estéticos na edição das suas macros. Contudo é bom notar que se trata de um procedimento genérico, deve ser entendido portanto como uma espécie de guião para a uma edição básica. Se pretende obter um melhor resultado, procure aprofundar o conhecimento do editor de extração RAW da sua câmara e do editor de imagens como o Photoshop (ou outro que utilize).


1. Faça as suas fotos no formato RAW


2. Utilize o software da sua câmara para abrir o ficheiro RAW

Verifique no site do fabricante da sua câmara se o editor RAW bem como os respetivos CODECs estão atualizados. Se quiser pode utilizar outros editores RAW ou até mesmo o Photoshop com o plugin adequado, mas tenha em mente que o software produzido pelo fabricante da sua câmara é uma garantia de qualidade e compatibilidade que nem sempre é encontrada em soluções alternativas.



3. Proceda aos ajustes básicos
  • Exposição -> equalize os níveis de luz de modo que a “montanha” do histograma esteja centrada no gráfico e que não ultrapasse o limite superior
  • Brilho -> diminua a amplitude tonal para tornar a foto menos baça. Atenção para não escurecer demais as baixas luzes (zonas cinzentas tornarem-se negras) ou clarear fortemente as altas luzes (zonas claras tornarem-se queimadas)
  • Saturação -> ajuste ao seu gosto
  • Sharp -> aplique a dose máxima possível de nitidez (sharp)


4. Transporte o resultado para o Photoshop

Pode ser feito de duas formas:

  • Diretamente -> alguns editores RAW permitem exportar diretamente para o Photoshop, chegando mesmo a abri-lo por si.

  • Indiretamente -> se o seu editor RAW não dispõe de um botão de exportação, então salve o que acabou de editar em RAW para o seu disco no formato TIF/TIFF de 16bit descomprimido. A seguir, abra este ficheiro com o Photoshop.


5. Com a imagem aberta no Photoshop, enquadre corretamente

  • Rotação -> utilize Menu\Image\Image Rotation para rodar/inclinar a foto na posição que pretende.

  • Enquadramento -> utilize a ferramenta “crop” para recortar ao seu gosto.


6. Proceda à limpeza dos ruídos visuais

  • Pontos negros causados pela sujidade no sensor -> utilize as ferramentas “spot healing” e “clone stamp” para eliminar estes pontos. O ideal é dominar o uso destas ferramentas e utilizar uma ou outra conforme dê mais jeito.

  • Manchas e resíduos dispensáveis -> Se a foto não tem pretensões documentais e o que se quer é acima de tudo valorizar a estética, utilize as ferramentas “spot healing” e “clone stamp” para apagar o que é distrativo e irrelevante para a composição escolhida: poeiras, pequenos detritos, pelos soltos, etc. No caso de macros com insetos pode remover dos substratos onde se encontra o tema da foto (folhas, flores, troncos, chão, etc) qualquer elemento que considere antiestético como manchas, fissuras, relevos, sujidade, etc.

  • Fundo com ruídos visuais de contornos -> linhas e formas muito presentes podem ser “borradas” com a ferramenta “blur

  • Fundo com ruídos visuais de reflexos e sombras -> sombras ou brilhos/reflexos de luz, que sejam muito vincados e que representem um ruído visual, podem ser atenuados com as ferramentas “burn” (para escurecer brilhos e reflexos) e "dodge" (para clarear sombras).


6. Ajuste novamente a gama tonal

Apesar de já ter feito no editor RAW o ajuste de exposição através da afinação na gama tonal, a transposição para o Photoshop pode implicar a necessidade de uma nova afinação. Em Menu\Image\Adjustments\Curves ou Levels procure tornar a sua foto “mais brilhante”. Pode fazê-lo diminuindo a amplitude tonal (aproximar os valores extremos para o centro). Atenção para não exagerar de forma a não escurecer demais as baixas luzes (zonas cinzentas tornarem-se negras) ou clarear fortemente as altas luzes (zonas claras tornarem-se queimadas).

Nota: A regulação do brilho do seu monitor impacta diretamente neste procedimento. Se o seu monitor é demasiado brilhante poderá levá-lo a ajustar a foto de forma que outras pessoas considerem-na subexposta. O contrário, ou seja um monitor com pouco brilho, poderá induzi-lo a uma edição excessivamente brilhante. Uma das possíveis soluções é fazer comparações: procure comparar o resultado do seu trabalho ao nível do brilho com os trabalhos de autores mais experientes.




7. Reduza as dimensões da foto para publicar no facebook ou em sites de fotografia

Recomendo que reduza as fotos para dimensões que sejam suficientes para a observação de terceiros e ao mesmo tempo seja um entrave para evitar que a sua foto seja “roubada” (se você tem a foto original em RAW com dimensões maiores e sem crop poderá fazer prova da sua autoria). A redução que sugiro pode ser 800px, 1024px ou 1200px, mas pode obviamente fazê-lo na medida que desejar. Vejamos como:

  • Em Menu\Image\Image Size defina a dimensão que pretende em “Width/Largura” e “Height/Altura”. Na mesma janela, escolha o método “Bicubic Sharper (best for reduction).


8. Aplique se necessário uma dose de sharp

Pondere se o resultado final está perfeito ou se ainda poderá levar uma pequena ou grande dose de sharp:

  • Em Menu\Filter\Sharpen\Smart Sharpen -> faça experiências com estes dois parâmetros: “Amount” e “Radius”. Para uma imagem com 800px ou 1024px comece com valores baixos, por exemplo Amount 20% e Radius 0,3 pixels. Vá aumentando os valores progressivamente até notar que está a ultrapassar o aceitável (não deixe as suas imagens demasiado crispadas, prefira uma textura mais natural).


9. Verifique se a imagem está pronta para salvar em ficheiro JPEG

Em Menu\Image\Mode selecione os modos “RGB Color” e “8 Bits/Channel



10. Salve em ficheiro JPEG

Em Menu\File\Save As escolha o formato "JPEG (*.JPG;*JPEG;*JPE)" e clique em SAVE



11. Quando surgir a janela “JPEG Options” salve com a máxima qualidade

Selecione a máxima qualidade -> Large File




© Paulo Torck - Fevereiro 2013

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Revista Photonize

Foi com muita honra que aceitei escrever a matéria da edição nº 1 deste belo projeto editorial online que é a Revista Photonize. Aproveito para dar os parabéns ao John Batista pela excelente ideia.


A Revista Photonize já está online! 
Acesse a página www.photonize.net 








A nitidez na macrofotografia


No universo da macrofotografia quem procura evidenciar a riqueza dos detalhes precisa de nitidez como pão para a boca. A nitidez é fundamental para revelar os pormenores que escapam ao olho desarmado. Vamos compreender melhor a sua essência, bem como abordar técnicas e recursos que possibilitam obter fotografias macros mais nítidas.

Detalhes da textura de uma vespa
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 100 | f/8 | 1/30” | 65mm | flash on | Stack 80 photos |


Em primeiro ligar convém esclarecer que “nitidez” e “definição” são sinónimos. Utilizo o termo “nitidez” por uma questão didática: para que não haja confusões com a palavra “resolução”. A nitidez (ou definição) é utilizada para qualificar uma imagem segundo o seu nível de detalhes. Já a resolução quantifica o número de pixels de uma imagem. Portanto, a título de exemplo, podemos estar diante de uma foto com pouca resolução e muita definição e vice-versa.

Dito isso, passemos aos fatores que influenciam a nitidez de uma foto e o que podemos fazer para obter melhores resultados:


Estabilidade

Se já observou através de um telescópio percebeu que qualquer vibração, por menor que seja, resulta numa observação tremida. A realidade na fotografia macro é a mesma, qualquer tremor é suficiente para retirar nitidez devido ao efeito de arrasto (motion blur). Para fotografias feitas sem tripé, as técnicas de respiração utilizadas em práticas como tiro ao alvo e arco e flecha são bem-vindas para uma maior firmeza no momento do disparo. A forma como seguramos a câmara também pode ajudar numa maior estabilidade, por exemplo, enquanto seguramos a câmara com as duas mãos, devemos recolher os cotovelos para junto do tórax e assim obtermos do próprio tronco um tipo de apoio. Pressionar o botão do obturador de forma delicada é igualmente recomendado. Algumas câmaras e objetivas possuem sistemas de estabilização como o IS da Canon e o VR da Nikon. Porém, movimentos muito bruscos tornam estes equipamentos ineficazes. Por isso, sempre que possível, utilize um tripé para fazer fotos macros, principalmente em situações com magnificações iguais ou superiores a 1:1. Contudo, quanto maior for a magnificação, mais sensível será a reação a pequenas oscilações, a tal ponto que até o próprio movimento do espelho ou do mecanismo de obturação podem contribuir para um resultado indesejado. A utilização do sistema de bloqueio do espelho existente na maioria das câmaras DSLR é um recurso fortemente recomendado principalmente quando envolve magnificações muito elevadas.

Na 2ª foto efeito de arrasto (motion blur)
provocado pela trepidação do fotógrafo
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 160 | f/10 | 1/2” | 65mm | flash on |



SEM TRIPÉ:
Apoie os cotovelos ao tronco para maior firmeza.
No momento do disparo sustenha a respiração no final do ciclo respiratório. 
Mantenha-se assim até efectuar o disparo. O botão do disparador deve ser 
carregado gentilmente, num movimento contínuo de pressão.



Movimento do tema - seres vivos e o vento

Temos aqui o mesmo princípio do tópico acima, mas com a particularidade de ser o "movimento do tema" o principal responsável pela falta de estabilidade. Muitos macrofotógrafos dedicam grande parte dos seus trabalhos aos seres vivos, o que implica trabalhar com temas não estáticos. O problema agrava-se quando acrescentamos o “fator vento”. Um tema captado com movimento apresentará à partida uma deficiência de nitidez causada pelo efeito do arrasto. Mais adiante iremos ver como o flash pode atenuar ou até eliminar o efeito do arrasto, mas por enquanto fiquemos pela procura do momento certo, ou seja, o breve instante que um ser vivo permanece estático. Cada ser vivo terá a sua peculiaridade em relação aos movimentos, sendo que o macrofotógrafo deverá encontrar a respetiva forma de lidar com cada situação. Por exemplo, uma abelha que esteja à coleta do pólen movimenta-se de flor em flor sem deixar muitos intervalos propícios para o fotógrafo. Será melhor esperar até que pouse e que se ocupe com a coleta do pólen. Portanto, advém do conhecimento dos comportamentos dos seres vivos a solução para obtermos melhores resultados em relação a falta de nitidez decorrente do efeito de arrasto. Em relação aos espaços abertos, onde o vento é responsável pelo balanço das folhas, flores e dos troncos onde estão pousados os animais, convém esperar por um momento que sopre com menos intensidade ou procurar sítios mais abrigados como clareiras e vales. Em alguns casos, alternativamente, podemos utilizar acessórios como um braço articulado com uma pinça para agarrar e estabilizar a folha, flor ou tronco.

Efeito de arrasto (motion blur)
provocado pelo movimento do tema
Canon 450D e objetiva Canon 60mm
| ISO 100 | f/16 | 1/80” | 60mm | flash on |


VENTO:
Exemplo de suporte para evitar a
trepidação causada pela acção do vento



Tempo de exposição e o uso do flash para congelar o movimento

Nos tópicos anteriores referi os problemas relativos aos movimentos do fotógrafo e do tema. Falemos agora de um acessório que pode ajudar em ambos os casos. Sem flash, portanto a depender apenas da luz ambiente, o efeito de arrasto pode ser atenuado com velocidades mais rápidas de obturação. Para evitar utilizar valores ISO muito elevados, que causariam mais grão e falta de nitidez, é preciso “injetar” mais luz ou utilizar maiores aberturas do diafragma. Porém uma forma mais eficiente de congelar os movimentos é com o uso do flash. O flash emite uma luz intensa por uma fração de segundo imprimindo uma imagem “congelada” no sensor, mesmo que utilizemos uma velocidade de obturação mais lenta. Entretanto, há que ter o cuidado com o tempo de obturação de forma a evitar que a luz ambiente provoque algum efeito residual de arrasto. Por isso esta técnica tanto será mais eficiente quanto menos luz ambiente houver.

Foto ao fim do dia com a aranha a balançar na rede foi
“congelada” com o flash a disparar a ¼ da sua potência normal
Canon 60D e objetiva Canon 60mm
| ISO 400 | f/5.6 | 1/200” | 60mm | flash on |


FLASH:
Se as condições forem de movimento do tema ou do fotógrafo,
o uso do flash pode ajudar a congelar o momento



Foco

Enquanto as recém-lançadas light-field camera, também chamadas de plenoptic camera como a Lytro, que “focam tudo” não são um standard, temos que conviver com o implacável “foco”. Uma foto desfocada é uma foto sem nitidez. Antes de prosseguir, há que ter o cuidado de não confundir “erro de foco” com “profundidade de campo reduzida”, que apesar de apresentarem resultados similares, são coisas diferentes e devem ser tratadas de forma específica. O foco é o ponto onde converge a luz e por conseguinte a área de maior nitidez. Focar é apontar para a parte mais importante do tema. Portanto, se queremos que a nitidez seja perfeita é fundamental que o foco esteja no ponto exato. Todavia, em macros nem sempre é fácil acertar com o foco no sítio pretendido. É comum haver condições adversas como pouca luz e objetos de reduzidas dimensões. Recursos como uma luz auxiliar (por exemplo uma lanterna), a utilização da “lupa” no live view ou uma ocular de magnificação para o view finder, podem ajudar no momento da execução da foto. Outro fator que contribui para a imprecisão no foco está associado aos movimentos indesejados no momento do disparo, por isso o tripé é um importante aliado.

Erro de foco: ficou abaixo do olho mais relevante
Canon 450D e objetiva Canon 60mm
| ISO 100 | f/8 | 1/80” | 60mm | flash on |



ACESSÓRIOS:
Se tem dificuldade em fazer o foco procure no mercado de acessórios
uma solução que o ajude como o Viewfinder Amplifier (foto acima)
ou o Magnifying Eyepiece que é basicamente o mesmo princípio 



Ótica

A qualidade do sistema ótico influi diretamente na nitidez. Quanto melhor for o equipamento ótico disponível, tanto melhor será a definição. Entre os vários equipamentos óticos existentes comercialmente ou adaptados, as objetivas dedicadas à macrofotografia apresentam-se como a melhor solução para satisfazer uma necessidade exigente de definição. As diferenças variam de marca para marca e até entre modelos, pelo que é recomendado um estudo aprofundado antes de investir neste equipamento. Sob este aspeto, o que realmente conta para a maior definição é a excelência dos vidros, a quantidade destes no seu interior e o dimensionamento e design das lâminas do diafragma. Apesar de ser indiscutível a superioridade das objetivas dedicadas à macro, é possível chegar a resultados satisfatórios através de equipamentos como as objetivas não macro equipadas com acessórios de magnificação (tubos de extensão, foles, lentes e filtros de aumento, teleconversores, etc.) bem como objetivas invertidas ligadas à câmara através de um adaptador ou colocadas à frente de outra objetiva com o uso de um anel de ligação.

Foto rica em detalhes deve-se em boa parte à qualidade da
objetiva dedicada a macro Canon MP-E 65mm
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 200 | f/13 | 1/80” | 65mm | flash on |



EQUIPAMENTO ÓTICO:
Antes de investir na compra de tubos de extensão, teleconversores
ou filtros de aumento como o raynox, pondere a aquisição de uma
objetiva dedicada à macrofotografia. Não só a qualidade é superior como a
usabilidade e praticidade serão fatores a considerar



Abertura (difração da luz)

Todas as objetivas têm um sweet spot, a abertura numa determinada distância focal onde desempenha a melhor performance em relação à nitidez. No entanto, em macros é comum utilizarmos aberturas muito fechadas para se conseguir uma maior profundidade de campo. Tais aberturas costumam ultrapassar em muito o sweet spot ao ponto de causarem a difração da luz e por consequência a perda de nitidez. A solução está no “compromisso” com a profundidade de campo desejada face a uma perda da definição em níveis aceitáveis. Ganha-se de um lado, perde-se do outro.

Deve-se procurar o equilíbrio entre a abertura
e a profundidade de campo para evitar a difração da luz
Canon 60D e objetiva Canon 60mm
| ISO 100 | f/11 | 1/60” | 60mm | flash on |



SWEET SPOT:
De uma forma muito genérica, o sweet spot encontra-se nas aberturas entre f/8 e f/11
A abertura que apresenta a melhor definição de uma objetiva varia conforme a marca e modelo.
Procure no manual ou pela internet a informação respectiva à sua objetiva



Qualidade do sensor

As câmaras e os respetivos sensores têm evoluído constantemente no poder de resolução (pixels), definição (maior nitidez e ausência de ruídos em ISO elevado) e fidelidade (realismo das cores e maior contraste na gama tonal). Não há qualquer dúvida que estaremos melhor equipados para obter fotos mais nítidas quanto mais sofisticado for o sensor e maior resolução houver. Todavia, um olhar pragmático sobre a realidade dos equipamentos faz-nos concluir que este assunto tem um peso muito maior do que realmente deveria ter. A diferença de qualidade não é tão discrepante quando comparada com as câmaras ligeiramente mais antigas. No caso da macrofotografia, nota-se mais a evolução na questão do ISO havendo nos modelos mais novos uma melhor resposta no tratamento do excesso de ruído. Os muitos “megapixels” dos novos sensores são igualmente bem-vindos ao universo macro. Mas efetivamente será a ótica o fator predominante na obtenção de uma melhor definição e é neste recurso que vale bem a pena o investimento uma vez que as objetivas têm maior tempo de vida útil que os corpos das câmaras suscetíveis aos avanços da tecnológica.

Sensores com muita resolução permitem realizar crops mais
acentuados sem demasiada perda de qualidade
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 200 | f/16 | 1/60” | 65mm | flash on | Crop 50% |



MUITOS PIXELS:
A máxima serve para qualquer modalidade fotográfica:
"quanto mais pixels melhor". Mas não sobrevalorize o assunto,
corpos ligeiramente mais antigos, pouco ficam atrás dos atuais.
Pondere em investir em boas objetivas e terá seguramente um melhor investimento




Luz

A fonte de luz afeta a nitidez de forma indireta quer pela “intensidade” como pelo “ângulo de incidência”. A intensidade ou potência tem que ser suficiente para poder aplicar o menor ISO possível. Já o ângulo de incidência da luz afetará a “perceção” da textura a ponto de dar a sensação de maior ou menor nitidez. Assim, quanto maior for investimento no “arsenal” de iluminação natural ou artificial, maior será a capacidade de encontrar uma luz que resulte em maior nitidez real ou percecionada.

Luz natural e difusa pode proporcionar uma perceção diferente
da textura quando comparado com a luz direta de um flash
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 400 | f/7.1 | 1/40” | 65mm | flash off |



LUZ:
Quanto maior for o "arsenal" de iluminação, maior será
a sua capacidade de moldar a luz ideal, seja através de uma iluminação
totalmente artificial, como para compor com a luz solar (luz de preenchimento)



Edição

A edição tem o peso definitivo. Uma execução impecável, com as melhores técnicas e com o mais sofisticado equipamento pode ter a nitidez arruinada por uma edição incompetente. Apesar de não haver uma fórmula de edição padrão, podemos em termos gerais assinalar alguns passos mais importantes como: a) cuidado na extração do ficheiro RAW evitando perder qualidade na transposição para o JPEG; b) evitar alterações radicais na compensação de luz e nos ajustes de contraste e saturação; c) avaliar a necessidade de aplicar um filtro “sharp” para melhor perceção de nitidez. Por fim e muito importante é ponderar a reedição da versão de exibição, ou seja, o tratamento que devemos aplicar à imagem face à dimensão e resolução pretendidas na sua publicação. Por exemplo, se vamos expor a foto com o tamanho de 800 pixels, sendo que o original tem 5000 pixels, há que ter o cuidado na redução de forma a salvaguardar a sua melhor definição. Quase todos os softwares de edição permitem escolher o método de redimensionamento de uma imagem, bastando escolher aquela que é indicada para o melhor nível de detalhes e no final avaliar se após o processo de redução ainda deva ser aplicada uma nova dose do filtro “sharp”.

Uma boa edição deve eliminar tudo que não
contribui para a valorização da composição
Canon 60D e objetiva Canon MP-E 65mm
| ISO 250 | f/16 | 1/20” | 65mm | flash on |




EDIÇÃO:
Apesar de sofrer uma espécie de "pre-conceito" da parte de alguns fotógrafos,
que não gostam ou não dedicam muito tempo à edição, o facto é que um trabalho
potencialmente excelente pode ficar aquém do esperado se não houver uma edição cuidada



© Paulo Torck - Janeiro 2013