quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A escolha de um flash para a macrofotografia

Se decidiu investir num flash a pensar essencialmente na macrofotografia, então leia este texto, é possível que o ajude no processo de escolha do equipamento.



Em primeiro lugar, avalie as suas prioridades e os seus recursos financeiros.

Por exemplo, ao adquirir um flash tradicional estará a investir num equipamento que tanto servirá para fotos normais como macros. Já um flash anelar (ring flash) encaixado como filtro numa objectiva terá pouca aplicação prática para além da macrofotografia.

Em relação à sua disponibilidade financeira, apenas a título de exemplo, se chegou à conclusão que um determinado tipo de flash é o ideal, havendo que decidir entre dois modelos, um com TTL e outro sem, o flash com TTL será sem dúvida uma melhor escolha, mas terá certamente um preço mais caro.

Para facilitar a explicação, vou agrupar os equipamentos de iluminação portátil nos seguintes segmentos:

A) Flash anelar


Há de dois tipos: electrónico ou com luzes LED

1. Electrónico:

2. Com luzes LED:




B) Flash externo tradicional


Pode ser utilizado:

1. Sobre a sapata da câmara:

2. Preso a um suporte ligado à câmara (bracket):


Nota: Uma solução com bracket permite a utilização de mais de um flash. Obviamente, quantos mais flashes tiver à sua disposição, melhores serão as hipóteses de obter uma boa luz. Todavia, penalizará a portabilidade na mesma proporção.


C) Flash Twin


Coloca-se à frente da objetiva:



Qual é a melhor solução para a macrofotografia?


Não há uma resposta única porque há demasiados aspectos para avaliar em cada equipamento como o preço, portabilidade, peso, capacidade E-TTL, potência, ajuste da intensidade, abrangência da luz, flexibilidade na utilização, direcção da luz, possibilidade de utilizar difusor, qualidade do material, cor da luz, consumo, etc.




Vantagens e desvantagens de cada tipo de flash do ponto de vista da macrofotografia:



  • Flash anelar electrónico


PROS: É uma solução prática porque é um equipamento leve quando comparado com um conjunto de 2 ou mais flashes externos e que proporciona uma luz envolvente capaz de eliminar a maioria das sombras.
CONTRAS: Normalmente, a luz é inflexível e homogénea. Ou seja, é uma luz cujo o ângulo de incidência é frontal e com intensidade uniforme. Nos casos de projectos fotográficos documentais, estas características não constituem um grande problema, mas no caso dos projectos fotográficos “estéticos”, onde se procura uma luz gradual que varia de intensidade sobre o tema, não irá conseguir este efeito com um flash anelar. Todavia, há modelos que dispõem de controlos de potência por quadrante ou por metades, que podem dar algum efeito de graduação da luz, mas em via de regra tais equipamentos costumam ter preços muito elevados.




  • Flash anelar com LEDs:



PROS: A sua luz contínua facilita o momento de fazer o foco, pois nas macros com aberturas muito fechadas a iluminação reforçada sobre o tema é muito bem vinda. Outro ponto a favor está na sua utilização para filmagens macros. Outro ponto a favor é que a maioria destes equipamentos dispõe de regulações por metades ou quadrantes, o que ajuda a obter uma luz menos homogénea (mais gradual).
CONTRAS: De forma geral, raramente apresentam potência que se compare a um flash estroboscópico. Mesmo os melhores e mais fortes não são suficientemente potentes para situações com aberturas muito fechadas.




  • Flash externo único sobre a sapata



PROS: A grande vantagem é poder ser utilizado em todas as situações, seja macro ou fotografia “comum”.
CONTRAS: Quando colocado sobre a sapata e não havendo outro flash a actuar em conjunto, esta solução apresenta uma certa dificuldade de fazer chegar a luz ao tema. Mesmo com a utilização de um difusor eficiente, é pouco provável conseguir uma luz tridimensional que consiga eliminar totalmente as sombras.  Nota: não estou a considerar a utilização de difusores que “transformam” o flash sobre a sapata numa espécie de flash anelar. Neste caso, passa a ser avaliado como um flash anelar.




  • Flash externo único colocado sobre um suporte (bracket)

PROS: A diferença em relação ao flash colocado sobre a sapata está na flexibilidade que o bracket acrescenta em relação ao ângulo da luz. Neste caso consegue-se fazer incidir a luz sobre o tema de forma mais controlada. Ou seja, consegue-se assim direccionar o ângulo da luz favorecendo quem pretende uma fotografia mais estética.
CONTRAS: O facto de utilizar um único flash irá manter o problema da incapacidade de eliminar sombras, por melhor que seja o difusor utilizado.




  • Flashes externos colocados sobre um suporte (bracket)

PROS: Uma solução com 2 ou mais flashes tem potencial para se tornar o que de melhor podemos almejar em termos de iluminação portátil de campo. Quanto mais flashes externos acrescentarmos, melhores serão as condições para obter melhores resultados.
CONTRAS: Parece óbvio que custos e portabilidade aumentam na proporção que se acrescentam flashes nesta solução.




  • Flash Twin



PROS: Os “twin” podem ser comparados a solução de 2 flashes num bracket com a vantagem de serem leves e normalmente criados unicamente para a macrofotografia, o que significa que dispõem de controlos muito precisos para este efeito. A sua flexibilidade na direcção da luz e portabilidade representam para muitos fotógrafos a melhor solução disponível à venda.
CONTRAS: Na maioria dos casos trata-se de um equipamento caro.



Portabilidade vs Mobilidade

A procura da iluminação ideal passa pela decisão de transportar mais ou menos equipamento para o campo:




O que eu recomendo?

Como disse no início, há muitos factores a ponderar sobre cada equipamento. Para além disso, questões como custos e a utilização exclusiva à macrofotografia são determinantes e específicos da cada pessoa. Por isso posso apenas recomendar que antes de comprar qualquer flash, pesquise pela net quais equipamentos são utilizados pelos fotógrafos mais experientes. Tente perceber através das fotos obtidas por cada equipamento, características como suavidade da luz, capacidade de iluminar o tema e o fundo, eliminação de sombras, graduação da luz, ângulo de incidência, tonalidade das cores. Veja os resultados que cada tipo de solução proporciona e compare os resultados. Lembre-se, ao analisar as fotos, que há para além dos flashes utilizados a influência dos difusores e da pós-edição.

Boas fotos!

© Paulo Torck - Dezembro de 2013